domingo, 31 de janeiro de 2010

Paisagem deformada

Coisas e pessoas nao estão mais em conexão comigo, como que achava que era verdade. Há coisas nao ditas que ficaram em mim e há coisas que não foram ditas por amor, por amor perdi.
E aquilo que parecia um castelo que sustentava meu corpo, pêndulo e torto,caiu despedaçado por terra, deixando ossos e sangue sem nexo, sem sentido e sem solução.
Quando era criança sonhava que um dia pudesse ser tudo aquilo que desejavam que eu fosse, mas principalmente aquilo que eu acreditava poder ser. Hoje lido com a realdade, lido com o possível e com as limitações das pessoas. E sei que tudo não passa de projeções, que tudo não passa de tentativas de se fazer um, de algo partido.
E que essa espera por ser, só acaba quando percebemos o quanto somos imbecis em esperar.
O desejo reside onde mais? O seu desejo foi pra onde? Foi junto das pessoas que te matavam enquanto tentavas fazer o bem? Ou pensavas que fazia o bem...
Quem sabe o louco sou eu que, no final das contas, acreditou?
Acredito ou não, ainda?
Pois o que agora sei? Que não são só projeções, não são somente tentativas. Que algo muito maior que sua própria cabeça faz sentido e lógica com algo muito maior do que seu próprio eu. Acalanto-me em anestesias da realidade. Isso é certo ou errado? Não, a pergunta é se faz bem ou mal. E faz tão bem... por enquanto faz ainda.
So sei agora que tudo o que se é, são bocejos da realidade e que esse rascunho só será obra prima quando lapidada por mim, naquilo que acredito ser verdadeiro. E que esse verdadeiro seja algo só meu, praqueles que realmente amo. Praqueles que tenho coração.
Algo me diz que tudo muda de acordo com o passar das coisas, do tempo e das pessoas.Em mim algo não passou. O desespero de ver tudo desmoronando e não conseguir mover uma palha. Pois...não posso, isso não depende de mim. E em mim aquilo que dependia do ouro pra ser e viver, ainda espera, pelo ideal que me matou naquilo que era mais sagrado em mim, o meu desejo verdadeiro. Uma possibilidade de ser, mais integra, mais humana, mais em Deus...
Enfim
chegando em um ponto maior do que pensava e pensar no final, isso ja não basta. Há de sentir tudo, deixar as pessoas irem e não se angustiar com o silêncio de suas vozes. Que a sua ecoe por ultimo e que algo faça sentido da sua presença na Terra.
Pode parecer clichê mas, uma breve crise existencial me pegou nesse último domingo de ferias. E como que o dever me apavora, como que as pessoas ainda sim me invadem e com que ainda sim não aprendi a permitir-me conhecer somente pessoas de coração belo,
sou cego e com isso venho padecido. Só escuto uma voz que as vezes me nega o olhar. E nem sempre ela vem do coração.
Cuidado com aqueles que sorriem demais, podem esconder algo sério por detrás.