domingo, 29 de novembro de 2009

Conversa especial.

Nunca consegui ficar muito tempo sozinho.
Daí mesmo não tendo ninguem pra sair, saia sozinho,
saia com o pessoal da musica que estudava comigo...
e quando comecei a ficar mais de boa, a sair pros lugares todos,
saia sozinho mesmo e curtia a noite como se fosse minha.
Sempre rolava algo legal,hehe,conhecia sempre pessoas diferentes pra caramba e que iluminavam meu repertório de vida.
Foi pelo afeto que isso se deu
pelo precisar mesmo...,
que me fez olhar pra mim e buscar um melhor em mim.
Não de imagem,
mas de ser.
Cada vez mais humilde...
Cada vez mais protegido...
Cada vez mais relativizado...
Depende de você,
sei que é dificil, pois sentimos às vezes que não somos amados o suficiente...
mas é aí, nesses momentos, que não estamos nos amando de fato....

domingo, 15 de novembro de 2009

Nada

Vejo um nada agora, um nada fora de mim, um nada dentro de mim.
Vejo que perdi e ganhei, mas ainda não vejo aquilo que consegui
com as coisas que abri mão,
com as pessoas que não encontrei e com aquelas que encontrei de fato.

Hoje tenho carne na mão, goteiras desangue derramando das minhas chagas.
A vida vai, pra fora do meu corpo
a vida vai pra fora de mim.

Acho que me resta estancar, recolher cada uma delas com um balde e rezar pra que um dia esse mesmo sangue volte a correr nas minhas veias.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O funeral do boneco.

Esse sol, que há em mim
reside fora do meu corpo,
e tem,
com muito esforço,
tentado voltar ao seu lugar de origem.

Há pouco pensei que poderia tudo talvez,
Há pouco pensei que poderia ser todo.
E não imaginava que alguém,
desvendaria minha alma tão pouca de passagem.

E depois, num cenário mágico,
destroçaria minha carne, dilacerando-a
em flechas de sofrimento
nos vãos de sua ausência,
em uma cama desarrumada.

Vontades, lugares, pessoas
que nunca conheceria ao teu lado.
Mas outras, melhores talvez
moram na certeza de um futuro bom pra mim
Sem o pânico de morte.

Na tentativa, na sensação de cada momento contigo e em ti,
foi viver uma morte pra mim,
foi viver meu próprio funeral,
com minha alma sem dor, sem peso, sem alegria, sem contentamento.

Vazia, despida e sem luz.
Morta e tão pouca de passagem
Se jogaria, como um suicida de um predio de oito andares.

Fostes o sepultamento dos meus sonhos
Fostes uma obra de arte que revelou meus desejos mais profundos, minhas emoções mais verdadeiras e meus projetos de vida. Não em mim, pois são adversos à minha carne.

És tu que me representas fora de mim e, mesmo assim, não és à mim como sou a mim mesmo.
Careço de notar diferenças, preciso notá-las,
pois bonecos vêm e vão, não fazem parte de mim, não penso dessa forma.
Bonecos vêm e vão, mas não compactuam com meu desejo de permanência.

Que esse último seja enterrado em mim,
pra que um dia eu possa olhar com satisfação
pra vida ja tida por mim,
e minhalma, já nesse momento,
num lugar superior e tão grande de passagem.

sábado, 20 de junho de 2009

Aconteceu, realmente aconteceu.

Vidas, fatos e fardos.
Fardos de pai, de mãe, de irmão,
de felicidade,
de ausência e
de ilusão.

Nesse período tão diferente (e diferente de tudo) , (de todos e de um todo) vejo as coisas.
As percebo parte de uma história e tão pouco minhas...
Parte de um desejo perfeito, parte de um medo de morte, parte.
Parte pra longe num adeus frio dos afazeres, na disparidade dos sonhos, no engano das palavras, no pouco e muito a oferecer.

Sou livre, sou todo, sou essa parte.

Sou preso, sou toldo e barreira.
Guardo a tempestade de tempos ainda futuros, na permanência de um zelo pelo amor em comum.
Me guardo em compartimentos de um tempo preso, na esperança de um dia ir de encontro.

Encontro com o abraço mais querido,

as mãos que me guardam em carinho,

o peito que me acolhe sem medo, sem luto, sem prisão.

Liberdade. Ah liberdade tão querida e tão faminta de espaço.

Em parte me faço no agora,
em parte me tenho.
No receio de que um dia
me parta também sua presença.

Aconteceu, realmente aconteceu.
E não quero que me reste migalhas de comida,
ou pratos a serem lavados na sua ausência. Quero ser e viver com a certeza de que existe um futuro presente, recheado de você e de mim. Quero me mostrar como sou por inteiro, em doses cavalares de amor, certeza e cuidados genuínos. Amor esse guardado e até então frustrado, que insiste em nascer de novo e participar do que é verdadeiro a cada dia que passa.

Aconteceu. Mesmo não estando preparado aconteceu. Eu, dilacerado, encontrei seu olhar.
E na sua presença, a luz da sabedoria recolocou as peças no lugar. Remontou castelos caídos e catedrais em ruínas,
pelo carinho e amor de um querer bem a mim.

Mas na tentativa de mudar aquilo que em mim ja é história, fez-se em mim algo que não me pertence. Não o faça.
Prender-me na crença do que é certo antecipa a distância, mata o respeito, fere as possibilidades.

Prefiro te olhar com olhos de piedade, saber de um passado, entender a vida e sentí-la através de seus braços. Não desejo mudar-te. Tornaria muda uma garganta, enchendo-a de câncer e órgãos que não a pertence. Quero te ver voar ao meu lado, te carregar comigo e ir com você onde a vista se perde no horizonte.
Quero ver a partir de olhos cheios de vida,
cheios de esperança,
cheios de luz.

Deus permita que os meios favoreçam o encontro dos amantes.
Pois numa caminhada de vida em mais um desencontro de corações, somaria mais uma pedra à coleção de desejos guardados e frustrados.

Olhe pra cada passo meu como aquela criança que se entrega ao abraço de uma pessoa amada. Essa criança te encontrou perdida no espaço e precisou de caminhos de pedra pra te encontrar.

Cuidado ao fazer dos teus os meus caminhos, não queira que sejam. Pois o que me faz ser teu é a diferença que nos une. É o corpo fora do teu que te abraça e as mãos alheias às suas que te sustentam e acolhem.
Olhe com calma, há algo muito especial acontecendo.
Algo que não quero que fique no passado. Pois ter a certeza de que estamos conjugando direito nossos verbos, nossos cuidados, nossa sincronia, é a maior prova de que o sentimento chega no coração do outro.

Amo, e não me perco mais. Amo certo de que a vida existe e que ela é possível.
Num econtro de fim de tarde,
numa noite mal dormida,
num jantar à luz de velas e num piano mudo de toda dor.

Recomeço a partir de mim, não de ti.

Quero colocar numa caixa todas as minhas desilusões
jogar fora o tormento de se perder. Me atiraria de corpo à essa vida que diz de amor, de carinho e liberdade. Faria o possível pra acender em você, eu como sou. Viveria esse presente como nunca e aceitaria as dádivas que os caminhos do coração nos oferece.
Esse ninho em seus braços não pode conter espinhos. Pois somente serveriam de coroa pra uma crucificação em sacrifício.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

"Pessoas que se enquadram cegamente em coletividades transformam-se em algo análogo à matéria bruta e omitem-se como seres autodeterminantes. Isso combina com a disposição de tratar os outros como massa amorfa (...) As pessoas dessa índole equiparam-se de certa forma às coisas. Depois, caso o consigam, elas igualam os outros às coisas."

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Impressões desse azul de céu
nesse mar de azul de mar
nesse verde de mar de azul de mar
em um lilás de céu de mar de azul nesse céu.

Acredito que as melhores cores, as minhas que são prediletas e só minhas, estão nessas praias. Estão nas praias daqui, de dentro. De onde vem o mais belo dos belos, e de onde tiro a razão pra cada sopro. Cada batida. Cada abrir de olhos. Cada verde, cada azul, cada lilás, cada laranja, cada vermelho e cada rosa...