quinta-feira, 8 de maio de 2008

Reinventar-se

Reinventar-me-ia na possibilidade clara de uma existência válida. Reinventaria ele próprio, esse mundo, num suspiro de desarme e numa tarde ensolarada.
Seria próximo do que fui? Daquele que pré existia esse sofrimento agudo e crônico.
Reinventar-me-ia sim...seria possível?
Prever aquilo que me machuca e eliminar os maus, escrotizados, filhos da puta e empreendedores de destruição alheia. No mais também, eles próprios do passado.
Quero o grito do futuro, ardendo em meus ouvidos. Quero a onda de paz e mudança interna. Quero mover montanhas e quero, acima de tudo, entrar em sintonia com essa minha vida, de uma vez por todas...
Quero ser pai, quero ser mãe,
quero ser mar, chão e terra,
quero ser puta, casada, desquitada,
filha da minha própria Terra e pai do que há por vir nela.
Ser o amanhã de sóis,
se pôndo num horizonte sem fim. E ser as manhãs em claro, de leitura e criação.
Deus me fez assim,
há algo de errado em mim,
pois não tenho feito berço ao meu sujeito. Não tenho feito cama à minha alma e não tenho descansado meus pesares.
-Pecado maior que esse?
-Pagar como?
-Com o corpo, disse ele próprio...
-De onde isso vem?
-De longe, de muito longe pra dentro de você.
Cavar-me-ei então, nem que seja preciso facão, estopa e serrote. Basta, do tudo e do mais um pouco.
Por agora e para sempre, basta.
Não há sofrimento maior que o de uma vida na pena, chega!
Não há sofrimento maior...
E então reinventar-me-ei em luzes. Não da cidade, mas das estrelas. Elas são mais altas.
Reinventar-me-ei sozinho, coletivo, único, isolado e sistêmico. Reinventar-me-ei sim,
e foda-se Você, seu Outro. Foda-se essa merda de inversão e muito mais, de onde Você veio.
Cabe à mim, às minhas mãos, às minhas pernas e ào meu coração decidir onde ir.
Desejo ir para além das nuvens, dos morros, das montanhas e serras. Alem dos pianos, das pessoas, dessa merdaiada de cerimônias e rituais. Nego, pra mim, toda e qualquer limitação alheia, da vontade de um outro que nada sabe de mim ou sobre a minha pessoa. Recebo sim, daqueles que me olham de fato, o carinho e acolhimento que preciso. E em troca esse amor, esse cuidade e esse zelo que me mostra pro mundo, que me faz pensar em tudo e me faz existir por mim mesmo, através do coração de um outro. Antes disso existo por mim mesmo.
Existo por mim, só.
Existo e reinvento-me conforme preciso e QUERO. Conforme sse Eu me dá asas pra voar.